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segunda-feira, 29 de julho de 2019

POR QUE O SEDENTARISMO DÓI?



          Muitas pessoas que sofrem com dores na rotina temem praticar exercícios. Só que o imobilismo tende a agravar o problema. Evitar se movimentar faz com que a musculatura mais próxima à região dolorosa — e, em alguns casos, até músculos mais distantes — acabe tensionada. Uma dor no quadril pode gerar uma tensão na lombar e até repercutir na cabeça, por exemplo.
         O movimento orientado ajuda a tratar, cuidar e prevenir esses desconfortos. Como? Restabelecendo o equilíbrio articular, lubrificando as juntas e fortalecendo a musculatura. O exercício, nesse contexto, deve ser leve, específico para a área atingida, progressivo e individualizado, respeitando o limite de cada um — inclusive porque a dor é subjetiva, cada pessoa a sente de um jeito e reage de acordo.
        Romper com o sedentarismo é decisivo porque precisamos estimular as estruturas que nos dão sustento e movimento. Os músculos devem ser exercitados para que possam viabilizar a locomoção, a expressão e a interação humana. Quando não são recrutados com frequência e na intensidade adequada, o corpo pena com dores, fadiga, imobilização, falência…
     Pensando nas pessoas com dor crônica, o foco está na qualidade do movimento, seja qual a for a modalidade de escolha. A caminhada é uma opção boa, porque melhora a postura, a respiração, a força e a flexibilidade, trazendo como benefício a redução da dor.
       A prescrição — e isso se aplica a outras modalidades também — deve ser feita, acompanhada e ajustada de acordo com a tolerância do paciente, as respostas fisiológicas, a evolução e, consequentemente, o alívio do incômodo. 
    Testemunho com frequência a reação das pessoas quando sugiro a atividade física no tratamento da dor. Elas se assustam e ficam receosas com a proposta. Uma das razões dessa reação é que se sentem perdidas sobre qual exercício fazer. Sentem falta, na realidade, da orientação de profissionais capacitados. O fato é que não temos uma receita “tamanho único” com um treino para vencer a dor. Mas quem trabalha na área pode se valer de evidências científicas e recomendações estudadas para construir a proposta terapêutica mais eficaz. 
        Além disso, devo lembrar que atividade física contempla também os movimentos da vida cotidiana, como caminhar até o ponto de ônibus e subir uma escada no trabalho. O exercício é uma subcategoria feita de modo planejado, estruturado e repetitivo, em ritmo leve, moderado ou intenso. Tanto uma quanto o outro são essenciais no controle da dor — sem contar as vantagens adicionais ao organismo e a prevenção de doenças.
         Se a dor resiste a ir embora, chegou o momento de procurar um profissional especializado e incluir, de forma orientada, mais movimento à sua vida.

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